FAVELA, RESISTÊNCIA E A LUTA PELA SOBERANIA ALIMENTAR
Antonis Vradis, Christos Filippidis, Timo Bartholl e Minhocas Urbanas (Autores)
Sobre o livro:
"O termo soberania alimentar foi cunhado pela Via Campesina, em oposição à segurança alimentar . Os códigos do liberalismo segurança alimentar, adequação nutricional, equilíbrio calórico não são termos para a cessação da fome, mas para a sua gestão permanente. É difícil analisar a condição permanente de 2 bilhões de pessoas em insegurança alimentar ou o aumento do número de pessoas desnutridas, mesmo antes da covid-19 e suas recessões, de qualquer outra forma. Ao invés de adiar a promessa do fim da fome como faz a segurança alimentar, a soberania alimentar refere-se às condições políticas necessárias para que todas as pessoas possam se alimentar com dignidade.
Uma forma de analisar a soberania alimentar é como o direito de ter direitos sobre o sistema alimentar . Para que quaisquer direitos sejam eficazes, eles precisam de um Estado disposto a aplicá-los. Na Maré, direitos são uma promessa adiada. Favelas são lugares para os quais o Estado prometeu desenvolvimento, mas não concretizou ainda. Elas são, para reposicionar a frase de Dipesh Chakrabarty, uma sala de espera da História. Seria um erro, no entanto, presumir que só porque o Estado pede paciência às suas cidadãs e seus cidadãos, ela seja oferecida de bom grado. A fim de impor essa paciência, o Estado implantou um conjunto de violência, do qual a insegurança alimentar faz parte. Como podem cidadãs e cidadãos terem o direito de ter direitos quando o Estado é o inimigo "
É com essa provocação que Raj Patel, acadêmico, jornalista, militante e escritor britânico-indiano que visitou o território em meio ao qual nascem as reflexões deste livro para a Semana da Soberania Alimentar na Maré 2018, apresenta esse livro de autoria coletiva dos pesquisadores Antonis Vradis, Christos Fillippidis, Timo Bartholl e do grupo de pesquisa comunitária Minhocas Urbanas. E são questões como essa que o livro Favela, resistência e a luta pela soberania alimentar propõe-se a discutir, com base em um processo de pesquisa-ação, realizado entre os anos de 2017 e 2019 nas e a partir das favelas da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Sobre os Autores:
Antonis Vradis, Geógrafo baseado na Escola de Geografia e Desenvolvimento Sustentável, Universidade de St. Andrews, Escócia (Reino Unido). Também é editor da CITY e da Political Geography. Sua pesquisa abrange uma gama um tanto ampla, da migração às cidades, da política alimentar à infraestrutura, sempre lidando com a questão de como convivemos uns com os outros nestes tempos estranhos.
Christos Filippidis, Pesquisador baseado em Atenas dedicado a investigar criticamente as questões urbanas de segurança e militarização.
Timo Bartholl, Geógrafo com formação pelas Universidade de Tübingen/Alemanha (diploma) e Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói/Brasil (doutorado). Professor adjunto do Departamento de Geografia da UFF, integrante do Coletivo Roça!, trabalha na interface universidade-movimento social, estuda temas como resistência e suas territorialidades nas periferias, economias coletivas e lutas pela autonomia alimentar no urbano por meio de processos de pesquisa-ação e investigação militante em prol de uma Geografia em movimento(s).
Minhocas Urbanas, Grupo de pesquisa-ação comunitária que se formou em finais de 2017 para atuar no projeto de pesquisa NutriCidades. Composto por moradores engajados em trabalhos de base nas favelas da Maré e uma agricultora agroecológica de Magé, realizou a Semana da Soberania Alimentar na Maré 2018 e compartilha o legado de seu trabalho em: https://soberania-alimentar-mare.home.blog/.
CONSEQUÊNCIA Editora
ASSUNTO: GEOGRAFIA, CIÊNCIAS SOCIAIS
IDIOMA: Português
FORMATO: Brochura, TAMANHO: 16 x 23,0 cm
EDIÇÃO: 1ª 2021
PÁGs.: 336
LOMBADA: 2,0 cm - PESO: 700 gr.
ISBN: 9786587145181